
brique da redenção:
39 anos de história
Todas as manhãs de domingo nascem com a mesma rotina na avenida José Bonifácio, em Porto Alegre. Os esqueletos de gazebos que permanecem sozinhos até às sete horas da manhã são posicionados ainda na noite do sábado anterior, ao longo de toda extensão da avenida. Por volta das sete horas da manhã do dia 23 de abril de 2017, quando o sol de outono já começa a nascer, os expositores do Brique da Redenção começam a chegar e ocupar suas respectivas tendas, ou box, dando início à tradicional e movimentada rotina de domingo.
Atualmente, 300 nomes estão registrados no Brique, divididos entre 180 expositores de artesanato, 70 de antiguidades, 40 de artes plásticas e 10 de gastronomia, um número quase 13 vezes superior comparado com o início da feira, em 1978, que contava com 24 expositores. A quantidade de bancas se estende desde a esquina da José Bonifácio com a Osvaldo Aranha até a esquina da João Pessoa, usando aproximadamente 700 metros de calçada. Todas as tendas são posicionadas no canteiro central da Bonifácio, algumas em frente ao famoso Arco do Parque da Redenção – conhecido como o parque mais tradicional e popular da cidade. E, além dos 300 expositores, o canteiro à frente das tendas também é ocupado por dezenas de vendedores informais, artistas de rua e músicos.
Dificilmente se encontra um pedestre sozinho passeando pelo Brique. A maior parte dos frequentadores vem sempre acompanhado de amigos ou da família, dando ar de aconchego e tranquilidade, mesmo em meio ao grande movimento de pessoas. A maioria das centenas de pessoas que cruzam o Brique ao longo do dia, no entanto, não está lá com o objetivo de fazer compras. Mais do que uma feira, o Brique da Redenção se consolidou, ao longo dos seus 39 anos, como um passeio tradicional e harmonioso no domingo de Porto Alegre. Não à toa, a feira se tornou, em 2005, Patrimônio Cultural do Estado do Rio Grande do Sul.
e parando esporadicamente quando um deles lhe chama a atenção. O grito das crianças ecoa junto com barulho dos passos, as conversas paralelas e as melodias apresentadas pelos músicos.
Os picos altos do dia se concentram entre às nove e meia da manhã e às três e meia da tarde, com uma baixa no fluxo entre o meio dia e às duas da tarde. Por volta das quatro, uma hora antes do Brique se encerrar oficialmente, a maioria dos expositores já começa a guardar seus produtos. Os donos de antiquários são os primeiros, já que cada um carrega centenas de peças que, juntas, demoram extensos minutos para serem guardadas. A medida que o sol de outono vai se pondo, mais expositores recolhem seus produtos. Clientes e pedestres sem horário ainda insistem em algumas peças que ainda não foram guardadas nos carros e caminhonetes, mas a maior parte já segue em rumo de casa.
Por volta das seis horas da tarde, em que a noite já está anunciada, o movimento começa a desaparecer, assemelhando-se ao movimento das 7 horas da manhã. Seguindo o fluxo contrário, em alguns minutos acabam por restar, novamente, somente os esqueletos das tendas, estendidos ao longo da José Bonifácio.
por Joana Berwanger

Texto: Joana Berwanger, José Antônio Kalil, Letícia Monteiro, Maia Rubim e Milena Giacomini
Edição e Design: Joana Berwanger e José Antônio Kalil | Fotografia e vídeo: Joana Berwanger

O Arco da Redenção se une à paisagem do Brique. | Foto: Joana Berwanger/Leks

Bonecos da Seleção Brasileira estão entre os objetos encontrados no Brique | Foto: Joana Berwanger/Leks
No começo da manhã, o fluxo de pedestres é intenso. | Vídeo: Joana Berwanger/Leks
Movimento na José Bonifácio cresce ao longo da manhã. | Vídeo: Joana Berwanger/Leks
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Galeria de imagens

Conheça alguns dos
expositores
mais antigos do brique
As bancas dispõem de uma série de objetos. | Foto: Joana Berwanger/Leks
O movimento de pedestres e curiosos ao longo da rua começa por volta das oito horas da manhã, enquanto a maioria dos expositores ainda posiciona suas peças nas tendas, livres do intenso fluxo de carros que ocorre durante a semana. Corredores e ciclistas dão a impressão de que o movimento ao longo da rua se acelera. No entanto, o fluxo de pessoas ainda segue tranquilo até às nove horas. Àquela altura, o sol já começa a aquecer a manhã fria e os presentes já deixam de lado sua primeira camada de casaco. Em um intervalo de 30 minutos, a rua começa a ser tomada por pedestres que carregam religiosamente sua cuia de chimarrão, a guia do cachorro, ou a mão de um namorado ou filho.
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Em um intervalo de 30 minutos, a rua começa a ser tomada por pedestres que carregam religiosamente sua cuia de chimarrão, a guia do cachorro, ou a mão de um namorado ou filho.
José Farias, Denise Farias, Paulo de Oliveira e Adriana La Paz conversaram um
pouco sobre a história de cada um dentro do Brique da Redenção.
O grito das crianças ecoa junto com barulho dos passos, as conversas paralelas e as melodias apresentadas pelos músicos.
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Os expositores são organizados por categoria: na esquina com a Osvaldo Aranha, se concentram os artesãos; após, as tendas gastronômicas, seguidas pelos artistas plásticos e, ao final, na esquina com a João Pessoa, estão os donos de antiquários. Ao final da manhã, centenas de pessoas já atravessaram a avenida, caminhando ao lado de cada uma das tendas, jogando conversa fora e dividindo o chimarrão. O dia permanece despreocupado. As pessoas seguem caminhando em passos lentos, observando os objetos expostos
Confira imagens de cada banca dos expositores entrevistados, objetos e paisagens.